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quinta-feira, 2 de junho de 2011

A PROCURAR POR DEUS





 Foto e Texto: Cássio Antonio
 
 Um dia como a noite que passou, lá estava eu - A procurar por Deus. Me disseram que Ele estava nas religiões e iniciei minha peregrinação em busca de respostas que me fossem convicentes.  Fui a África e consultei os grandes feiticeiros e depois de ouví-los, escrevi tudo e voltei ao meu recanto. As grandes belezas naturais,  sol causticante, a fome, a miséria, guerras tribais; pelo que imagino de Deus, seria muito fácil poder encontrá-lo logo na primeira tentativa. Resolvi procurá-lo mais uma vez. Pensei radical - do sol esturricante da África, decidi subir ao frio intenso do Tibet - o monge me dissera que eu precisaria me esvaziar de tudo e meditar sempre para encontrá-lo. Voltei pensando como alguém conseguiria viver assim, o frio intenso, a hostilidade do lugar. Ao descer o vale contemplei sua beleza sem igual. Dali, passei na India e vi um guru de pé com o braço apontando ao céu - perguntei-lhe por que estava assim, me respondeu que passaria o resto de sua vida daquele jeito, sacrificando sua vida como presente a Deus. Aproveitei para conhecer o Rio Ganges e vi pessoas que se banhavam e outros que cremavam seus mortos. Fiquei pensando como o sagrado receberia essas cinzas. A ansiedade tomava conta mim e a cada momento que passava parecia que minha peregrinação seria toda envão. A ponto de desistir, encontrei outros peregrinos no caminho e me convenceram a conhecer a Terra Santa e lá estava eu em Jerusalém. Fiz o percurso do grande líder Jesus de Nazaré e ao chegar ao seu túmulo, percebi que Ele não estava lá. Me separei um pouco de meus companheiros peregrinos e chorei muito pois a história  me comoveu. Estava frustrado pois não tinha visto Jesus. Voltava triste ao meu recanto decepcionado por não ter encontrado Deus. O cansaço, a fome, a sede de Deus me dominava e entediado por ter perdido todo o meu tempo, fui tomado pela ânsia da morte e só me lembro de ter caido no caminho. Alí, mesmo desacordado, pude ouvir bem perto alguém que recitava sermões, parou um pouco, nada disse e logo saiu ao seu destino. Imaginei que minha oportunidade de viver estava indo embora, sentia que não iria conseguir. Lá longe, um som agradável de flauta ia se aproximando pouco a pouco. Senti novo ânimo e assim que chegou bem perto cessou por um tempo. Logo, voltou a soar ficando a cada momento mais longe. Nada aconteceu. Perdi todas as esperanças. Decidi que Deus não existia e que todo o homem é mentira e fruto do acaso. Enquanto resmungava na alma, algo estranho estava acontecendo. Não ouvia nada, não sentia nada. Uma luz muito forte em visão me apareceu e entrei por ela. Me vi novamente na África e a cena que veio foi quando  um grande felino veio ao meu encontro; para,   e bruscamente resolve voltar correndo, não me atacando. Ao sair dalí, sou conduzindo até o Tibet. Me vejo sentado numa relva macia enquanto um pouco de neve que se desprendeu na queda, caia por cima de mim - logo abaixo um abismo. Me levantei e logo estava no frenesi das ruas de Bangladesh na Índia. De súbito, alguém arranca meus pertences e depois de um tempo, aparece um moço assustado me devolvendo tudo. Não entendi aquele ato. A luz tornou a ficar mais forte e foi se apagando gradativamente e surge à minha frente o túmulo de Jesus na Terra Santa. De dentro dele sai uma luz que nunca pensei existir. Essa luz me envolveu de uma forma inexplicável e dentro desse emaranhado de paz, serenidade, bondade, amor, ternura, uma voz ecoa pronuncia meu nome  me fazendo entender minha peregrinação:  "Você esteve aqui uma vez e chorou por não ter me encontrado. Precisei sair para te acompanhar nesta jornada ao meu encontro" 

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