Ontem comecei a pensar em que espécie de ser estou me tornando. Imaginei fora dessa dimensão e olhei para mim e meus semelhantes. Pensando que poderia entender a leitura que faço do mundo latente, prestes a explodir numa dimensão impensada pelas massas mas, prognosticada por uma razão de domínio da humanidade. Os fatos que me cercam mencionam que preciso descortinar o meu eu e definir com bases na razão de ser, o existir cônscio do ser que sou e a que propósito existo.
Seria eu um ovo matrix?
Que apuros teria em optar em qual mundo existir. Tolerar que metade de mim existiu sentindo como sopro o sorriso do semelhante, seus odores e favores – um aperto de mão! Sentenciado a ver e não sentir, olhar nos olhos e não ver as lágrimas, os contentamentos, as decepções, a tristeza ou brilho de se sentir feliz. Assim como estas palavras não definem a cor de meus cabelos, a minha estatura, se escrevo sorrindo ou chorando – assim defino minha transição de mundo. Plenitude para o homem seria sua total perda de humanidade?
Ainda estou aqui – olho para mim e vejo do outro lado alguém dizendo que sorriu do que “falei”. Mas o sorriso é estranho. Verbetes que tenho que decifrar como “sorri para você”. Não defino bem a linguagem que usam para dizer “você é especial para mim”. Ou quem sabe assim, é mais fácil dizer, pois estando do outro lado a leitura da íris de meus olhos dificultariam minha hipocrisia. Existe um exagerado bem estar que leva-me a pensar que tudo do outro lado é maravilhoso e não estamos mais com aquela síndrome de rugas do meio dia. Sempre estampamos as melhores fotos, as melhores frases, os grandes pensamentos. Por quê? Porque não podemos ser verdadeiros em rede. É preferível passar a idéia de que comigo está tudo em ordem – não quero que saibam que estou chorando, triste, com problemas pois, isto não é do ser humano, portanto, meus “amigos” não podem saber disso.
Levanto todos os dias com sensação de que preciso trabalhar para dar continuidade ao que tentei dizer ontem à noite para meus amigos na rede. Vivo cercado de informações de que “meus amigos” estão “bombando” e eu preciso fazer algo semelhante – afinal tenho que mostrar algo fabuloso que me ocorreu durante o dia.
Estou com saudade do tempo que não tinha energia elétrica e ficávamos ouvindo estórias “na porta de casa”. Tenho saudade do canto insurdecedor do grilo que tanto procurei para dar fim e nunca encontrava – quando percebia meus movimentos parava de cantar.
Para que ver a chuva lá fora já enunciada ontem na rede? O coaxar era a minha informação de chuva. Tanajura voando me dizia que choveu lá fora e o campo estava ficando verde.
Como é frágil o ser humano. O que nasceu para dominar tornou-se por vias sutis, o dominado. E nesse débil modo de ser, cerca-se de conceitos, acreditando ser suficiente para o modo de vida que constrói para sua própria destruição. O ser humano tornou-se câncer de si mesmo.
“Datilografei” por que fiquei com receio que hackers identificassem meu IP, não aceitando mais meu perfil na REDE. Afinal eu preciso de AMIGOS!
Cássio Antonio, 26 de outubro de 2011.
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